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MP requer anulação imediata da licitação de funerárias em Uberlândia

Processo licitatório já estava suspenso por ordem judicial. Série de irregularidades é apontada no edital, que estaria beneficiando número limitado de empr...

MP requer anulação imediata da licitação de funerárias em Uberlândia
MP requer anulação imediata da licitação de funerárias em Uberlândia (Foto: Reprodução)

Processo licitatório já estava suspenso por ordem judicial. Série de irregularidades é apontada no edital, que estaria beneficiando número limitado de empresas que prestam serviço funerário na cidade. Atualmente, apenas três empresas prestam serviços póstumos em Uberlândia TV Integração/Reprodução Após ser duas vezes suspensa, a licitação de concessão de serviços funerários em Uberlândia deve ser anulada por recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Daniel Marotta Martinez, a manutenção da licitação poderia consolidar práticas contrárias à livre concorrência e à proteção do consumidor, além de ocasionar prejuízo econômico e social para a população. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região O órgão também pede que um novo processo licitatório seja elaborado, garantindo que, ao menos, outras cinco empresas interessadas sejam contratadas, possibilitando a atuação de pelo menos oito funerárias no município, considerando as três empresas já atuantes no local. Ao g1 a Prefeitura informou por nota que está analisando os pedidos e estuda soluções para o processo licitatório. No documento, o promotor afirma, ainda, que o serviço funerário atual em Uberlândia é concentrado em apenas três funerárias, o que seria uma prática anticompetitiva. "O Município de Uberlândia ter uma população de aproximadamente 700 mil habitantes e tem apenas três funerárias em funcionamento, deixando evidente a concentração de mercado, em desacordo com os princípios da livre concorrência e da ordem econômica, previstos no artigo 170, IV da Constituição da República e na Lei 8.137 de 1990", escreveu ele. Segundo ele, cidades vizinhas a Uberlândia, como Araguari (com cerca de 118 mil habitantes) e Uberaba (com cerca de 338 mil habitantes), contam com quatro funerárias cada. "[A concentração] pode resultar em aumento abusivo de preços e na limitação de opções para os consumidores, afrontando diretamente o Código de Defesa do Consumidor", afirmou. Ele também considerou, mediante denúncias feitas ao Ministério Público, que diante do "sistema" funerário atual no município, são criados empecilhos, bem como a falta de informação e de divulgação sobre a realização de serviços póstumos para cidadãos vulneráveis economicamente. Promotoria alega que serviço funerário da cidade, atualmente, não garante livre concorrência de mercado PMU/Divulgação Demais recomendações Além da anulação da licitação, o MP também recomenda à Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, que: promova a elaboração de novo processo licitatório, assegurando a ampla concorrência, a transparência e o respeito aos princípios constitucionais e legais, permitindo a contratação de, ao menos, outras cinco sociedades interessadas, totalizando, em razão do número de habitantes de Uberlândia, pelo menos oito funerárias; que sejam definidos e constem no edital de licitação critérios claros e objetivos quanto aos serviços póstumos para famílias em vulnerabilidade econômica, devendo ser afixado em local visível nas funerárias toda a informação necessária para a realização desse serviço; que seja veiculada nas redes sociais e demais canais de comunicação do Município de Uberlândia a informação sobre a existência de serviço póstumo para carentes na cidade; que informem ao Ministério Público, no prazo de até 15 dias úteis, as providências adotadas para o cumprimento da Recomendação, com a devida documentação comprobatória. Prefeitura de Uberlândia atualiza regras para funerárias e reajusta em 35,17% os serviços Prefeitura renova contrato com funerárias por dez anos Licitação de funerárias é suspensa pela segunda vez em Uberlândia Detalhes da licitação A licitação tinha como objetivo a concessão de serviços funerários completos, incluindo fornecimento de urnas mortuárias, preparação do corpo, velório, remoção de corpos para as funerárias, entre outros. Em setembro de 2024, o processo inicial foi suspenso e depois revogado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, após questionamentos de empresas participantes e da vereadora Liza Prado. Uma das empresas recorreu à Justiça, alegando que não houve resposta da Diretoria de Compras dentro do prazo e que havia favorecimento de uma funerária que já operava na cidade sem ter participado da licitação. Uma nova licitação foi aberta, com alterações no edital, como o aumento do valor da concessão, que passou de R$ 26 mil para quase R$ 900 mil. No entanto, o processo também foi impugnado administrativamente. A licitação foi suspensa pela segunda vez em dezembro de 2024, desta vez por ordem judicial. Uma das empresas participantes questionou a legalidade do processo por meio de um mandado de segurança. Funerária atuando sem licitação De acordo com informações obtidas pela TV Integração junto a servidores da Diretoria de Compras, a empresa mencionada obteve autorização para atuar inicialmente na cidade, mas com a finalidade de comercializar planos, e não para prestar serviços funerários públicos. Após os questionamentos, o alvará da empresa teria sido cassado. O advogado da Gade Serviços Póstumos, que acionou a Justiça afirmou que não tinha conhecimento da cassação do alvará até a última semana. Alberto Pablo Costa também afirmou que os mesmos erros do primeiro edital persistiram na segunda licitação, razão pela qual pediu a suspensão do processo, para garantir que todos os concorrentes tivessem a mesma chance de disputar a proposta. À época, o g1 também questionou a Prefeitura se realmente o alvará da funerária que já operava sem vencer a licitação foi cassado e não obteve retorno. 📲 Siga o g1 Triângulo no Instagram, Facebook e X a